À medida que a temporada de verão começa, surgem relatos de picadas de águas-vivas. Embora assustadores, esses seres possuem características interessantes.
A água-viva é um animal marinho invertebrado, pertencente ao filo do cnidários. Seu corpo adulto é composto de uma substância gelatinosa em forma de sino que envolve sua estrutura interna, do qual saem vários tentáculos.
Cerca de 98% do corpo da água-viva é composto de água. Não tem cabeça, sistema circulatório e órgãos para respiração e excreção.
Seus músculos inferiores se contraem e expandem o corpo, como um guarda-chuva, permitindo que o animal nade.
Águas-vivas comem plantas pequenas, camarões, caranguejos ou peixes, elas usam os tentáculos como rede para paralisar a presa. As tartarugas-marinhas se alimentam das águas-vivas.
No mundo existem 11 mil espécies de água-viva. No Brasil existem 150 espécies.
Merecem destaque a caravela portuguesa e a vespa do mar.
A caravela-portuguesa é uma colônia de animais da mesma espécie com diferentes formas e funções que se comporta como um único indivíduo, possuem tentáculos de 3 a 5 metros de comprimento. Em dezembro/19 caravelas-portuguesas foram encontradas em praias do litoral Sul de São Paulo.
A vespa do mar australiana é o ser vivo mais letal que se conhece. O leve toque produz uma dor súbita e intensa, que pode causar um choque e fazer com que a vítima se afogue, caso não morra antes de parada respiratória ou colapso cardiovascular.
A água-viva não persegue nem ataca propositalmente os seres humanos. A maioria das picadas ocorre acidentalmente quando se toca uma água-viva.
Seus tentáculos têm milhares de cnidoblastos, células urticantes com um filamento em forma de arpão (nematocisto) que aos disparadas injetam um potente veneno que é toxico para os nervos e coração.
Indevidamente utilizamos o termo “queimadura” para os acidentes de águas-vivas. O correto é envenenamento. As reações podem variar de acordo com a dose de substância injetada e sensibilidade e capacidade de metabolização da vítima, sendo as reações mais comuns a ardência e dor local semelhante à uma queimadura, às vezes com bolhas, a paralisia da musculatura e até dificuldade respiratória.
Os primeiros cuidados que devemos ter após o contato com a água-viva é lavar a região com água do mar para remover as células venenosas da pele. Apesar da ardência, indica-se não esfregar. Para levantar e retirar os tentáculos utilizar uma pinça ou um palito. Compressa de vinagre branco inibe a liberação do veneno. Não lavar com água corrente, que disparam os arpões e aumenta a liberação do veneno. Também é completamente contraindicado passar urina na lesão para não haver contaminação.
Caso os sintomas sejam mais fortes, procure um pronto atendimento.
As águas-vivas existem há mais de 650 milhões de anos, são mais antigas que os dinossauros. Para ter uma ideia, a espécie humana tem 180 mil anos e os dinossauros cerca de 230 milhões de anos.
Água-viva não é peixe, apesar da tradução literal do nome em inglês jellyfish, as águas-vivas são seres invertebrados, não tem espinha dorsal e absorvem o oxigênio da água através das membranas.
Não é queimadura, sim picada, o contato com a água-viva libera uma substância tóxica através dos seus tentáculos causando envenenamento.
Capaz de matar um adulto, uma espécie de água-viva, a vespa-do-mar australiana é considerado o animal marinho mais venenoso do mundo.
Mito fazer xixi na lesão, indica-se lavar o local com água do mar e compressas de vinagre. Nunca urinar na lesão, nem lavar com água potável.
Durante o mergulho, apesar de um pouco raro os encontros com águas viva dependendo do local, geralmente estamos com uma roupa de neopreme que nos protege das águas vivas nos permitindo observá-las. Vem mergulhar com a gente para admirar essas lindas criaturas no seu habitat natural nadando lenta e suavemente. Entre em contato.