Tubarões são peixes de esqueleto cartilaginosos que habitam a terra a
há mais de 400 milhões de anos. Existem 480 espécies de tubarões aproximadamente e, ao contrário que muitos pensam, nem todos são peixes grandes, agressivos, capazes de atacar humanos. Apesar de todas as espécies serem carnívoras, a menor espécie de tubarão tem apenas 21 cm de comprimento (tubarão pigmeu) e o maior deles (tubarão baleia - maior peixe do mundo) que pode atingir 18 m de comprimento, se alimenta de plâncton, filtrando a água do mar. Veja na seção abaixo fotos das espécies mais conhecidas. Destas 480 espécies, 90 já foram flagradas em águas brasileiras, entre elas, os mais conhecidos são: o tubarão cabeça-chata, tubarão branco, tubarão tigre, tubarão anequim, tubarão cinza, tubarão azul e tubarão limão.
Os tubarões respiram retirando o oxigênio da água do mar, porém a grande maioria deles não consegue bombear a água pra suas guelras e precisam sempre estar nadando para fazer a água circular em suas guelras, ou seja, se pararem de nadar, morrem sufocados. Os tubarões-lixa e galha-branca de recife são exemplos de exceção que podem descansar deitados no fundo de um recife.
Tubarões se reproduzem muito lentamente, a maioria das espécies tem apenas 2 filhotes (quando não há canibalismo intrauterino) a cada 2 anos somente e atingem a maturidade sexual após 15 anos de idade. A maioria vive entre 20 e 30 anos. Reproduzem-se de três maneiras: em algumas espécies, a fêmea dá à luz os filhotes já formados, viviparidade; em outras, o filhote cresce em um ovo dentro do corpo da fêmea, que depois dá à luz, chama-se ovoviviparidade; em outras espécies ainda, por oviparidade, ou seja, a fêmea põe ovos de formato aproximadamente retangular e de casca semelhante ao couro.
Não existe diferença, são exatamente o mesmo peixe. O nome cação é um nome comercial do tubarão pescado. Mas em algumas culturas, chamam tubarões pequenos de cação.
Ataques de tubarão são muito mais raros do que todos pensam, em 2018 houveram no mundo 66 ataques de tubarão registrados, onde apenas 4 ataques foram fatais, de acordo com o Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões. Os EUA é o país com mais registro de ataques de tubarão (Florida é o estado que lidera), seguido em segundo pela Austrália. O Brasil ocupa a 9ª posição (Pernambuco é o estado com maior número registrado).
Estatisticamente, é mais fácil você morrer atacado por um cão (12 mortes em 2018) ou atingido por um rio na costeira (38 mortes em 2018). Segundo a ISAF (Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões), o número de fatalidades ocasionadas por esses casos é inferior, por exemplo, a ataques de cachorros, ursos, jacarés ou até a quedas em buracos na areia.
Outro fato curioso, um estudo realizado pelo Journal of Family Medecine and Primary Care entre outubro de 2011 e novembro de 2017 e analisou o comportamento dos jovens em diversos lugares do planeta. As selfies viraram uma parte importante do cotidiano dos usuários de redes sociais desde o surgimento da ferramenta. No entanto Segundo o estudo, pelo menos 259 pessoas morreram em buscam da foto perfeita tirando selfies em diferentes lugares do mundo durante o período de análise. O número representa um dado cinco vezes maior do que aquele de pessoas mortas em ataques de tubarão, que foi de 50 mortos no mesmo período.
As chances de se deparar com um tubarão em um curso de mergulho ou em um batismo é praticamente zero, principalmente no litoral brasileiro. É claro que os tubarões representam algum tipo de perigo, mas mesmo se comparado a atividades cotidianas, esse risco é irrisório. Além disso, os tubarões não têm preferência nenhuma por alvos humanos: os “ataques”, na maioria das vezes, se dão pela curiosidade que esses animais sentem ao perceber movimentações na superfície, o que é o caso de surfistas e banhistas, mas não de mergulhadores. Na verdade, os tubarões preferem se alimentar de peixes menores, e buscam fazê-lo comendo os mais fracos, velhos e doentes dos cardumes, desempenhando um importante papel no controle populacional de várias espécies. Eles buscam seus alimentos favoritos, evitando riscos ao máximo. Muitos mergulhadores mais experientes de fato buscam mergulhar com tubarões depois de desconstruírem seus preconceitos a respeito do assunto. Mergulho e tubarões podem ser, na verdade, componentes de uma experiência fascinante e bastante segura, desde que feita com responsabilidade e por profissionais treinados.
Dos 17 Estados brasileiros banhados pela costa marítima, 11 já registraram algum incidente com tubarões. Pernambuco responde por mais de 60% dos casos. Entre 1992 e Agosto-2019 (27 anos), foram registrados 64 ataques de tubarões nas praias de Pernambuco que resultou em 24 óbitos, sendo o tubarão cabeça chata o maior responsável, seguido pelo tubarão tigre. Recife concentra o maior número de casos, o local de maior risco é a praia da Boa Viagem, onde ocorreram pelo menos 11 mortes nesse período.
Antes dos ano 90, praticamente não haviam ataques de tubarões em Recife. Porém, em meados dos anos 80, foi construído o Porto de Saupe no sul de Recife, que entrou em operação a pleno vapor no início dos anos 90, justamente quando iniciaram os ataques de tubarão a banhistas. A construção do porto resultou no aterramento de regiões de manguezais (mais de 90% de todos os organismos que habitam a região marinha usam o mangue ao menos uma vez na vida para se alimentar ou se produzir) fazendo com que os animais mudassem seu habitat natural para as praias mais próximas, utilizadas por banhistas e surfistas. Além disso, outros fatores que contribuíram foram: a pesca predatório de arraste (com os barcos despejando restos da pescaria no mar), o aumento do número de navios (tubarões reconhecidamente costumam seguir grandes embarcações) e a geografia da região (a região é formada pelas chamadas correntes de retorno ou canais, entre o arrecife e a praia tem uma falha, uma espécie de quebra que forma um canal de retorno, é um pedaço do mar que acaba sendo mais profundo, que atrai várias espécies de raias, justamente um dos “pratos favoritos” dos tubarões. A presença de tantas presas nessa área faz os tubarões permanecerem mais tempo perto das praias , aumentando as chances de contato com banhistas.
O maior predador do mundo, após sobreviver por 5 eventos de extinções em massa, está ameaçado de extinção devido principalmente a pesca predatória. Estima-se que 100 milhões de tubarões são mortos por humanos por ano. Serão eles capazes de sobreviverem aos seres humanos ?
Nos anos 70, iniciou-se rumores falsos que os tubarões não contraiam câncer, aí, associou-se o fato de que comer a cartilagem das barbatanas de tubarão cura e previne o câncer (estudos mostram provas negativas no tratamento do câncer). Mas muitas culturas ainda acreditam e popularizam a sopa de barbatana de tubarão. Aí surgiu o finning, uma pesca ilegal, onde retiram as barbatanas dos tubarões e os devolvem ao mar para morrerem por asfixias ou comidos por outros animais.
O documentário Racing Extiction retrata bem o finning, suas consequências e o que você pode fazer pra ajudar. Os tubarões são essecias pra vida marinha e podemos começar não comendo e comprando cação.
Existem vários lugares no mundo onde é possível mergulhar ou nadar com tubarões em segurança. Descobriu-se que o tubarão vivo e preservado em seu habitat natural vale muito mais e trás mais dinheiro pra região, do que morto, devido ao turismo. Além disso, cada região apresenta o mergulho com espécies diferentes de tubarão.
O mergulho com tubarão branco pode ser feito em Cape Town, na África do Sul é um dos mais famosos do mundo, pois os tubarões branco são muito frequentes por lá ou na Ilha de Guadalupe, México. Já um dos melhores destinos para nadar com os tubarões baleia fica no México, mais especificamente em Holbox, uma ilha pertinho de Cancún ou em Baja Califórnia (La Paz). Outro destino muito procurado por mergulhadores, é Bahamas, onde pode-se mergulhar com dezenas tubarões limão, tubarão tigre e por sorte até cabeça chata e participar do famoso shark feed, alimentação dos tubarões. Agora se deseja ver tubarões martelo, os melhores lugares são Layang Layang na Malaysia ou Cocos Island na Costa Rica ou ainda em Galápagos no Equador.
Existem milhares de lugares pra mergulhar com dezenas de espécies de tubarão e com certeza não vamos conseguir descrever os todos melhores aqui, mas queríamos destacar também Morehead na Carolina do Norte para mergulhar com os tubarões mangona e o mar vermelho em Sharm el-Sheikh, Egito, para conhecer os tubarões galha branca oceânicos.
Tubarão Branco
"O mais assustador"
6m - 3ton
Tubarão Tigre
"A dieta mais variada"
6m - 1100Kg
Tubarão Azul
3m - 180Kg
Grande Tubarão Martelo
"O mais exótico"
6m - 580Kg
Tubarão Galha Branca de Recife
1,6m - 18Kg
Tubarão Galha Branca Oceânico
4m - 180kg
Tubarão Galha Preta de Recife
1,8m - 25Kg
Tubarão Bico Fino
3m - 70Kg
Tubarão Baleia
"O maior"
18m - 15ton
Tubarão Lixa ou Lambaru
4m - 500Kg
Tubarão Pigmeu
"O Menor"
21cm - 0,5Kg
Tubarão Mako ou Anequim
"O mais rápido"
"O mais agressivo"
4,5m - 580Kg
Tubarão Raposa
3,5m - 340Kg
Tubarão Cabeça Chata
"A mordida mais forte"
"Pode respirar água doce e subir rios"
3,5m - 230Kg
Tubarão Mangona
"A boca mais assustadora"
3,9m - 87Kg
Tubarão Boca-Grande
5,5m - 1,2ton
Tubarão Limão
3m - 100Kg
Tubarão de 7 guelras
1.4m
Tubarão Bambu
1,2m - 10Kg
Tubarão Zebra
2m - 20Kg
Considerado o maior tubarão branco já registrado em vídeo, essa fêmea de aproximadamente 50 anos de idade e mais de 6 metros de comprimento foi apelidada de Deep Blue em um documentário da Discovery.
Nas imagens, pode-se notar a comparação de tamanho entre a mergulhadora e fotógrafa sub, Kimberly Jeffries, e o tubarão. É impressionante !
A última vez flagrada Deep Blue estava na costa de Oahu (Havaí, EUA) em 13-Jan-2019. Este tubarão foi o tubarão-propaganda da Discovery Channel nos documentários da Shark Week.
Esperamos que estas imagens desta mulher nadando ao lado deste considerado o maior tubarão branco ajudem a romper o preconceito e mudem um pouco a percepção de todos a respeito dos tubarões, desmistificando essa imagem de animal voraz com apetite insaciável. Não se deixem levar pela imagem que os filmes de Hollywood criaram e ajudem a preservar todas as espécies de tubarão.
Tubarões ficaram famosos na televisão em 1975 com o Filme "Tubarão", dirigido por Steven Spielberg. O filme explorou o potencial de ataque do animal que busca sem descanso atacar humanos, destorcendo o comportamento natural. Com ampla divulgação da Universal Pictures, tornou-se um grande sucesso, sendo o maior faturamento e a maior bilheteria da história até o lançamento de Star Wars (1977).
A partir daí, o filme ganhou continuação e outros filmes foram surgindo. Em 2018, surgiu o filme Megatubarão que faz referência a um tubarão já extinto, o megalodonte. Esta espécie de tubarão viveu no Oceano Pacífico entre 23 e 2,6 milhões de anos atrás. Seu tamanho real máximo era de 18 metros e pesava aproximadamente 50 toneladas.
Tubarão
1975
Procurando Nemo
2003
O Espanta Tubarão
2004
Megatubarão
2018